Zé Roberto critica métodos de abordagem feitos pela Polícia Federal

Por Elpidio Lopes/AL
05/04/2017 18h11 - Publicado há 7 anos
"Era questionado pela rigidez com que tratava projetos e convênios", diz deputado.
"Era questionado pela rigidez com que tratava projetos e convênios", diz deputado.
Benhur de Sousa / HD

Em discurso realizado na sessão vespertina desta terça-feira, dia 4, o deputado Zé Roberto (PT) rechaçou a forma como foi abordado pela Polícia Federal (PF) na manhã da última segunda-feira, 3 de abril. Na oportunidade, o órgão de segurança cumpria a operação denominada “Rota 26”, que tem por objetivo investigar supostos desvios de recursos públicos cometidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em obras de implantação e recuperação de estradas vicinais em projetos de assentamentos no Estado. Efetuada em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), a ação se refere ao período em que o parlamentar foi superintendente do Incra no Tocantins.

Apesar de reconhecer o papel fiscalizador dos órgãos de controle, o deputado afirmou que não se pode aceitar o abuso que alegou ter-lhe ocorrido. “Moro em Palmas há muitos anos, nem passaporte tenho. Não havia necessidade de me abordar da maneira com que fui abordado, inclusive com a Rede Globo à minha porta. Da forma como ocorreu, foi para me expor”, garantiu. O parlamentar alegou que, se um representante parlamentar sofre tal abordagem, excessos ainda maiores podem ser cometidos contra o cidadão comum.

“O interrogatório envolveu a prorrogação de convênios realizados em 2007 e 2008. O processo só foi iniciado em 2015 pela CGU, oito anos após a realização das obras em questão!”, admirou-se Zé Roberto. Conforme garantiu, todos os seus atos quando era superintendente se deram de acordo com o parecer das equipes técnica e jurídica do Incra. Ele também garantiu que, durante sua gestão, era questionado pela rigidez com que tratava projetos e convênios. “Sempre tive bastante cuidado e zelo pelo bem público. Se os convênios foram prorrogados, foi para que as prefeituras concluíssem o trabalho”, justificou.

O deputado contou ainda que o instituto já havia feito as diligências que a Polícia Federal pretende hoje realizar. Afirmou ter a consciência tranquila e disse não se sentir desanimado nem intimidado em sua tarefa como parlamentar atuante. Por fim, questionou a afirmação, veiculada por parte da imprensa, de que o mandado havia sido coercitivo. “Não é verdade, pois fui e voltei dirigindo meu veículo. Foi na realidade uma intimação”, destacou Zé Roberto, agradecendo a solidariedade dos parlamentares, lideranças e filiados do seu partido.

Além de Zé Roberto, o deputado Rocha Miranda (PMDB) recebeu o apoio dos demais parlamentares. Também ouvido durante operação da Polícia Federal, Miranda era prefeito de Araguatins à época da realização dos convênios com o Incra destinados a obras em assentamentos localizados no município. (Elpídio Lopes)