Referendo sobre comercialização de armas polariza discussões na AL

Por Diretoria de Comunicação da Assembléia/TO
22/08/2007 12h24 - Publicado há 17 anos
Deputado Eli Borges
Deputado Eli Borges
Diretoria de Comunicação / HD
Mais uma vez, o referendo que será realizado no próximo domingo, dia 23, para decidir sobre a comercialização e fabricação de armas de fogo e munição em território nacional, dominou as discussões parlamentares na Assembléia Legislativa. Os debates ficaram polarizados entre os deputados que defendem o direito de possuir uma arma para defesa pessoal e da família e os que são radicalmente contrários ao comércio por acreditarem que desta forma é possível reduzir a criminalidade no Brasil. O deputado Eli Borges (PMDB), um dos maiores defensores do referendo e, automaticamente, da proibição da comercialização e da fabricação de armas no País, disse que boa parte dos crimes são cometidos por pessoas supostamente de bem. Argumenta também que a sociedade, indiretamente, é uma grande fornecedora de armas para os bandidos. Eli entende que a possibilidade de um pai de família ser morto ao reagir a um assalto é 180 vezes maior e esta probalidade aumenta quando se trata de uma mulher. A deputada Josi Nunes(PMDB) também defende o referendo e o acha bastante oportuno. Ela sugere que outros temas também passem pela aprovação popular. Josi explicou que esse debate se arrasta há vários anos e, inicialmente, o projeto previa a proibição, mas uma emenda ao projeto do desarmamento instituiu o referendo. Ela entende que esta é uma oportunidade de a comunidade se manifestar democraticamente e decidir o que quer. A deputada defende sua posição contrária à comercialização de armas de fogo por acreditar que elas não dão a garantia de segurança, apenas aumentam o risco de morte para quem as utiliza. "Uma mulher com uma arma de fogo em casa corre sério risco ao ser abordada por um bandido", assegura a deputada. CONTRA Já o deputado Sargento Aragão (PPS), um dos maiores entusiastas da campanha contra a proibição da comercialização e da fabricação de armas de fogo e de munição, disse que a campanha tenta confundir a comunidade ao pregar que o referendo é contra o desarmamento. Na verdade, explica ele, o Estatuto do Desarmamento já foi aprovado e já proíbe o uso indiscriminado de armas. O referendo, segundo o deputado, é apenas para decidir sobre a fabricação e comercialização, o que ele entende se tratar de uma tentativa de negar um direito de o cidadão se defender. O deputado Fabion Gomes (PL) também comunga da idéia de que a proibição da comercialização de arma não resolve o problema da violência. "O homem do campo tem direito à sua arma na fazenda", protestou. O presidente da Assembléia Legislativa, deputado César Halum (PFL), disse que nunca teve uma arma, nunca deu um tiro e não saber usar, mas não concorda com a maneira como o Governo coloca a sua posição. Ele entende que o Governo tem, por obrigação, tomar decisões. "Gastar R$ 540 milhões para perguntar à população se pode ter uma loja de venda de arma é uma excrescência. Já existe o Estatuto do Desarmamento, que o faça cumprir. Eu voto pelo não, pois acredito que este referendo não acrescenta nada à tranquilidade do povo nem ao desarmamento", critica Halum.