Após audiência pública, Marcus Marcelo afirma que Novo Ensino Médio não reflete realidade das escola

Por Thatiane Cunha
28/04/2023 11h47 - Publicado há 1 ano
Deputado presidiu audiência e avaliou a discussão como positiva e deu voz para quem vive a Educação
Deputado presidiu audiência e avaliou a discussão como positiva e deu voz para quem vive a Educação
Marco Antônio/Ascom / HD

A primeira audiência pública do Estado para discutir o Novo Ensino Médio lotou o plenário da Aleto (Assembleia Legislativa do Tocantins) nessa quinta-feira, 27, véspera do Dia Mundial da Educação, comemorado nesta sexta-feira, 28. Proposto pelo deputado estadual e presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto, Marcus Marcelo (PL), o evento reuniu centenas de estudantes, professores, deputados e representantes do Ministério Público, Senado e da Educação de todo o Estado.

Para Marcus Marcelo, que presidiu a audiência, o debate foi positivo e ouviu todas as partes. “A audiência deu voz a todos, inclusive para professores e alunos. A Educação está na ponta e esteve representada aqui. Após ouvir a todos, vemos que a metodologia não casa com a realidade das nossas escolas. Aqui é a voz de quem vive a Educação. Chega dessas decisões virem de cima para baixo”, afirmou o deputado.

O parlamentar explicou que reunirá em um relatório os apontamentos de todos e entregará em mãos em Brasília à bancada federal do Tocantins, em que a senadora professora Dorinha é presidente da Comissão Mista de Educação e relatora da Subcomissão Temporária do Senado criada para debater e avaliar o Ensino Médio no Brasil.

ENEM não está adaptado

O representante dos estudantes secundaristas do Tocantins, Bernardo Adler, citou que o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) não está adaptado para o Novo Ensino Médio e isso aumenta mais o antagonismo entre os ensinos privado e público. “Colégios privados ainda não abraçaram a nova política do Novo Ensino Médio e tem mais infraestrutura”.

Falta de habilidades e carga horária

Para o presidente do Sintet (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Tocantins), José Roque Santiago, não houve um debate anterior para que mexesse com quem foi impactado. “Trilhas e tantas outras habilidades não têm professores habilitados para essa nova modalidade. Temos muitos companheiros preocupados em lecionar uma matéria que ele nunca viu na sua vida. Não houve o preparo dos profissionais para ministrar as aulas”.

O promotor de Justiça Benedicto de Oliveira citou que a ampliação da carga horária é um dos problemas para a implementação do Novo Ensino Médio. “E como fazer com os estudantes do ensino noturno, que trabalham durante todo o dia? É algo que precisamos refletir”.

Mais participação

O presidente do CEE (Conselho Estadual de Educação), Evandro Borges, elogiou a abertura da Aleto para as classes debaterem. “Já nos reunimos três vezes nessa semana com a Comissão de Educação e pela primeira vez essa Assembleia está de fato aberta à discussão”.

A representante da Secretaria Estadual da Educação, superintendente Celestina Maria Souza, falou da importância do debate como mudança. “A implementação nos mostra que tem muitos ajustes necessários a serem feitos e a Secretaria da Educação enquanto agente público desde a publicação da lei vem tentando organizar o sistema e atender as demandas. Estamos juntos no debate e dispostos a fazermos o melhor pela Educação no Estado”. 

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