Audiência apresenta dados relevantes sobre aquecimento global

Com o tema “Aquecimento Global: diagnóstico e perspectivas para o Brasil”, foi realizada uma audiência pública, nesta segunda-feira, dia 25, no plenário da Assembléia Legislativa, pela Comissão Mista Especial sobre Mudanças Climáticas do Congresso Nacional que apresentou dados relevantes sobre o aquecimento do planeta. Segundo representantes da comissão, o índice de aquecimento global pode aumentar, em 100 anos, uma média de 1,1% a 6,4%, de acordo com pesquisa do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU). O coordenador do Instituto de Pesquisa da Amazônia - IPAM – Paulo Moutinho, afirmou, na ocasião, que 80% das emissões de gases, em termos mundiais, provêm das queimadas e 20%, dos dematamentos. Em relação ao Brasil, os dados indicam que 70% são dos desmatamentos e 30%, das queimadas, o que coloca o País em 4º lugar em emissões de gases de efeito estufa. Moutinho acrescentou que o aquecimento na região Amazônica, em 100 anos, será de dois a quatro graus, baseado nas condições de desenvolvimento atuais. Segundo ele, caso o uso desordenado dos recursos naturais aumente, esses números poderão aumentar também, sendo que o inverso provocará a redução dos dados. O biodiesel, para o palestrante, é uma boa alternativa na diminuição da emissão de combustíves fósseis no ar. Porém, ele alertou que a opção pode ter mais importância que a produção de alimentos, o que não seria bom. De acordo com Moutinho, apesar de o biodiesel ser um combustível limpo, a matéria-prima será adquirida através do uso do solo, o que pode causar o aumento da produção de gases com os desmatamentos e com as queimadas. Paulo Moutinho informou, ainda, que o Brasil pode muito bem ser compensado financeiramente por outros países na diminuição do desmatamento, o que, de acordo com ele, seria o primeiro mercado mundial de serviços ambientais. “Nós, brasileiros, ao invés de só exportarmos soja, carne, podemos exportar serviços ambientais e ajudar a manter o clima planetário mais ameno e, ainda, ter, em média, 4,47 bilhões de dólares como compensação por cinco anos de esforços ambientais”, afirmou. (Elpídio Lopes)