Intercâmbio com a Polônia é discutido na Assembléia

A visita do embaixador extraordinário e plenipotenciário da Polônia, Jacek Marek Junozsa-Kisielewski, e da embaixatriz Grazyna Kisielewska, à Assembléia Legislativa na tarde desta quarta-feira, dia 13, pode render bons frutos. Isso porque, após a recepção do presidente da Casa, deputado Carlos Henrique Gaguim (PMDB), e dos parlamentares José Viana (PSC) e Osires Damaso (DEM), vários temas como geopolítica e exportação estiveram na pauta. Porém, o presidente Gaguim aproveitou a oportunidade e propôs um acordo para intercâmbio acadêmico. O embaixador Jacek Marek citou a longa tradição da Universidade da Cracóvia, fundada há 644 anos, em 1364. O presidente Carlos Henrique Gaguim citou a Universidade Federal do Tocantins como referência na área de Meio Ambiente e disse que a instituição está de portas abertas a qualquer estudante polonês que planeja fazer seu mestrado ou doutorado nesse setor. “Pode contar com o apoio logístico deste Parlamento”, hipotecou Gaguim. Em relação à geopolítica, Kisielewski comparou alguns índices brasileiros com os poloneses. Ele citou que a extensão territorial do Brasil é 28 vezes maior do que a da Polônia e a população polonesa, cinco vezes menor. Conforme o embaixador, a taxa de crescimento de seu país atingiu em média 6% ao ano, em 2006 e 2007. Já o PIB per capita polonês, que é um indicador da distribuição de renda por habitante no país, é duas vezes maior do que o brasileiro. “Entre os países do leste europeu, a soma de nossa riqueza interna é superior a 50% de toda a produção regional”, explicou. Jacek Kisielewski disse que sua visita serve para estreitar os laços diplomáticos entre Brasil e Polônia. “Os dois países vivem um momento de crescimento econômico continuado”, comentou. O embaixador citou ainda que grande parte das exportações brasileiras para a Polônia é intermediada por outros países europeus. “Uma parceria comercial pode gerar a exportação direta, sem barreiras”, finalizou. No final da visita, os assuntos foram direcionados a questões político-administrativas. Embora 1989 seja o ano em que tanto o Brasil quanto a Polônia tiveram sua abertura democrática, diferentemente do nosso país, no Parlamento Polonês existem apenas quatro partidos políticos. O embaixador presenteou Carlos Gaguim com um livro que fala sobre os pontos turísticos e históricos poloneses, chamado Zamki iv Polske, e recebeu um relógio de capim dourado, emoldurado no mapa do Tocantins. O presidente doou o livro ao acervo da Biblioteca da Assembléia Legislativa. Perfil Jacek Kisielewski nasceu em 21 de janeiro de 1952, em Poznán, na Polônia. Em 1974, formou-se em Biologia, com especialização em Zoologia, pela Universidade Adam Mickiewicz, em sua terra natal. Na mesma universidade, em 1990, terminou doutorado e pós-doutorado em Ciências Naturais. Em seguida, começou sua carreira diplomática como cônsul-geral da Polônia em Bruxelas. Desde então, ocupou vários cargos no Ministério das Relações Exteriores de seu país, além de cônsul-geral em Toronto, no Canadá. Em 2007, tornou-se embaixador da Polônia no Brasil. (Everton de Almeida e Patrícia Sampaio)