Palestrante diz que preconceito compromete educação dos afro-descendentes
“Apesar dos avanços nas políticas públicas na educação, as diferenças entre negros e brancos permanecem”. Essa foi uma das afirmações da coordenadora-geral de Diversidades do Ministério da Educação e Cultura, Leonor Franco de Araújo, durante audiência pública, no plenarinho da Assembléia Legislativa, na manhã desta quinta-feira, dia 27. A palestra fez parte da programação de lançamento do Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Etnorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena.
A palestrante destacou que a discriminação racial nas escolas (preconceito e racismo) é motivada por fatores culturais, sociais e econômicos. Ela apresentou dados da USP que apontam que 99,3 % da comunidade escolar discrimina os estudantes afro-descendentes (formada pelos que se reconhecem pretos ou pardos). Para ela, a situação compromete a continuidade dos negros nas escolas. “Existe uma diferença de dois anos na média de escolaridade entre brancos e negros e, a partir da 5ª série do Ensino Fundamental, a participação dos negros nas escolas cai”, alerta.
Leonor Franco disse que a população brasileira não assume a discriminação porque não se reconhece racista. “ O racismo no País é institucional”, afirma a palestrante. Ela concluiu, defendendo que as instituições cumpram as determinações legais com vistas a enfrentar todas as formas de preconceito, racismo e discriminação para garantir os direitos e a valorização da cultura afro-brasileira e indígena. (Penaforte Diaz).