Audiência da Segurança Pública recebe várias sugestões em Araguaina
Os trabalhos da Comissão de Segurança Pública, presidida pelo deputado Sargento Aragão (PPS), teve início na noite desta quinta-feira, dia 5, nas dependências da Câmara Municipal de Araguaína. Esta é a segunda, das sete audiências que serão realizadas em todas as regionais do Estado do Tocantins, visando levantar dados, junto às comunidades, que possam diminuir o índice de violência que ultimamente vem ocorrendo no Estado.
Na oportunidade, o cel. Luiz Cláudio Gonçalves Benício, comandante-geral da Polícia Militar, reconheceu que o atual efetivo da PM é muito inferior às necessidades da sociedade tocantinense. “Tenho solicitado aos comandantes dos batalhões que criem alternativas para atender às ocorrências dentro do possível”, comentou. Segundo ele, o Estado do Tocantins necessita hoje de um efetivo de 7.980 policiais e hoje conta apenas com 3.980 homens.
O comandante adiantou que está em fase final o concurso para mais 300 homens, já que o último foi realizado em 2005. Novas gestões estão em andamento junto ao governador para iniciar imediatamente outro processo para um novo concurso para efetivar mais 1.000 soldados na corporação. “Nosso efetivo é velho. Vamos trabalhar junto ao Conselho Estadual de Segurança Pública, Defensoria e Ministério Público. Vou levar ao governador as sugestões apresentadas nas audiências públicas, para que possamos agilizar o processo e impedir o avanço da violência no Estado”, finalizou.
Por outro lado, a defensora Criminal, Cristiane Japiassu, sugeriu a ressocialização dos presos como alternativa para aliviar os custos da Segurança Pública. “Os presos precisam trabalhar. É necessária uma reforma no Código Penal. Cada preso custa mais de 2 salários mínimos aos cofres públicos que são alimentados com os impostos pagos pelos cidadãos”, pontuou.
Outro assunto levantado durante a Audiência da Segurança Pública em Araguaína foi a Educação. De acordo com o promotor Criminal Benedito Guedes, a educação é a base de tudo. “É aí que começa a formação do cidadão”. Entre os vários temas apresentados durante seu pronunciamento, ele adiantou que é preciso capacitar e dar estrutura de trabalho a delegados, peritos e agentes. Informou ainda que o crime organizado está instalado em Araguaína. “Aqui uma célula do Comando Vermelho está enraizada no presídio Barra da Grota. Tenho documentos que provam o que estou falando”, comentou.
O delegado-geral de Polícia Civil, José Herisson de Macedo, rebateu a informação. “Eu desafio aqui alguém que me aponte um único crime cometido neste Estado por organizações criminosas”, solicitou.
O deputado José Bonifácio (PR) cobrou um concurso imediato para a Polícia Civil. Já o deputado Zé Roberto (PT) lembrou que a maioria dos servidores públicos dos órgãos do Estado está concentrado na Capital, inclusive os policiais, delegados, defensores e peritos. Ele sugeriu que a polícia vá para a rua e que haja mais investimento em inteligência. Em seu pronunciamento, o deputado Eli Borges (PMDB) afirmou que a impunidade é a causa do aumento da violência. “Precisamos investir em tecnologia e na reforma do Código Civil. A maioridade penal precisa ser revista”, concluiu.
Os trabalhos da Comissão de Segurança Pública foram encerrados pelo deputado Sargento Aragão na madrugada desta sexta-feira, dia 6 de setembro. As sugestões colhidas farão parte do resumo final que será discutido pelos membros da comissão e, após aprovado em plenário, será encaminhado ao Governo do Estado do Tocantins para as devidas providências.
Além do presidente da comissão, Sargento Aragão, participaram também da audiência pública os deputados José Bonifácio, Josi Nunes, Zé Roberto e Eli Borges.(Belmiro Gregório- de Araguaína).