Busca de informações e estudo de propostas são priorizados em audiência

Por Glauber Barros- AL
14/05/2014 16h08 - Publicado há 10 anos
Situação do atedimento da Saúde Pública no Tocantins é debatida na AL
Situação do atedimento da Saúde Pública no Tocantins é debatida na AL
Benhur de Souza / HD / Mais imagens

A audiência pública que debateu os problemas de rede estadual de saúde terminou com um acordo para pôr em votação nesta quarta-feira, dia 14, o requerimento do deputado Marcello Lelis (PV) que solicita informações acerca das obras dos hospitais de Gurupi e Araguaína. O evento ocorreu nesta terça-feira, dia 13, durante reunião da Comissão de Saúde, presidida por Lelis.

O deputado também se manifestou favorável à apresentação de um projeto de lei recomendado pelo Ministério Público Federal. A proposta se baseia na experiência do Estado de São Paulo e torna pública a lista de espera para cirurgias nos hospitais públicos a fim de evitar favorecimentos.

Na maior parte dos pronunciamentos, a audiência serviu como espaço para manifestações de insatisfações com o setor, especialmente de profissionais da área, e de cobranças à diretora de planejamento da Sesau, Maria Luzia Salazar, representante da secretária Vanda Paiva.

Representantes dos profissionais da saúde se queixaram quanto à falta de insumos básicos, como material de trabalho, segurança e de pagamento de plantões, gratificações e progressões funcionais. Eles anunciaram que vão se reunir com o Governo do Estado no próximo dia 22 e, caso suas reivindicações não sejam atendidas, ameaçam com greve.

Já a diretora da Sesau traçou um prolixo painel da saúde pública para apontar as razões das dificuldades. De acordo com ela, no Tocantins 85% dos recursos da área se destinam ao pagamento da folha e que, na saúde, 20% da arrecadação têm de cobrir mais de 90% da população, enquanto na Educação se investem 25% do orçamento para os alunos de ensino médio.

“A crise é do modelo de financiamento”, disse Maria Luiza. “O Ministério da Saúde reconhece que tem colocado cada vez menos recursos no SUS e sobrecarregado os Estados, além do que as tabelas de valores do Ministério estão defasadas. O custeio não leva o custo em consideração”, explicou.

A representante da Sesau disse não haver caos na saúde do Estado porque o setor é muito maior do que as instituições hospitalares. Maria Luiza ainda afirmou que o Tocantins tem bons números a apresentar em outros segmentos da saúde e rejeitou a crítica de que o Governo do Estado não trabalha para resolver o problema.

Manifestaram-se também parlamentares da oposição e da situação, que responsabilizaram diversas gestões pelos problemas atuais. O deputado Sargento Aragão (PROS) lembrou o decreto de calamidade pública e a terceirização da área, iniciativa da qual o governador Siqueira Campos posteriormente desistiu.

Já o parlamentar Stalin Bucar (Solidariedade) lembrou escândalos na pasta durante a gestão de Marcelo Miranda (PMDB), que teria passado oito anos sem investir na ampliação da estrutura.

Foi então que os deputados José Bonifácio (PR) e Josi Nunes (PMDB) procuraram esfriar os ânimos, ao exortarem que se evitasse procurar culpados a fim de que os debates se concentrassem na busca de soluções. (Glauber Barros)