Deputados debatem saída para a crise financeira do Tocantins

Por Glauber Barros-AL
07/04/2015 12h27 - Publicado há 10 anos
Deputado Paulo Mourão em busca de alternativas para crise financeira do Tocantins
Deputado Paulo Mourão em busca de alternativas para crise financeira do Tocantins
Benhur de Souza / HD / Mais imagens

O comprometimento da receita com a despesa de pessoal nas finanças do Estado foi o tema da audiência pública, realizada na tarde desta terça-feira, dia 31, em uma reunião da Comissão de Finanças, Tributação, Fiscalização e Controle. Sem encaminhamentos, a reunião serviu para que os parlamentares inquirissem autoridades e, com elas e representantes sindicais, debatessem saídas para a crise financeira que levou o governador Marcelo Miranda (PMDB) a suspender os efeitos de leis que concederam benefícios a diversas categorias no ano passado, o que gerou a greve da Polícia Civil, entre outras consequências.

Requerida pelo líder do governo, deputado Paulo Mourão, a reunião foi dirigida pela vice-presidente da comissão, deputada Valderez Castelo Branco (PP). Diversas medidas foram cogitadas como um Plano de Demissão Voluntária (PDV) de servidores públicos, sugerido por Mourão.

A sugestão do deputado ocorreu logo após o pronunciamento do presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Manoel Pires, que afirmou que tanto o Executivo quanto o Legislativo, ou seja, Assembleia e Tribunal de Contas, estão no limite prudencial. Isso quer dizer que os poderes já superaram os limites permitidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para despesas com a folha de pessoal e que precisam fazer ajustes em até seis meses.

Participaram da audiência os secretários David Torres, do Planejamento, Gefferson Oliveira, da Administração, e Paulo Teixeira, da Fazenda. Questionado pela deputada Luana Ribeiro (PR), Gefferson informou que os conflitos com os servidores estão em análise e aguardam negociação, como as promoções de policiais militares concedidas no ano passado, e as progressões de servidores do Quadro Geral.

Davi afirmou que o governo pretende abrir discussões com a sociedade para, até junho, elaborar o novo Plano Plurianual para os próximos quatro anos. Já sobre ações para elevar a arrecadação, o secretário da Fazenda explicou que se estuda a possibilidade de rever a tributação do Estado a fim de otimizá-la. Teixeira lembrou ainda da proposta do Refis que tramita na Assembleia, para reduzir a sonegação.

Na oportunidade, Paulo Mourão citou o governo anterior por medidas que agravaram o desequilíbrio de caixa que cresce desde a década passada e, em parte, é responsável pela crise. O deputado Eduardo Siqueira Campos (PTB) alegou que quem mais concedeu direitos aos servidores foi o governador Marcelo Miranda (PMDB) e que, em 2003, ele recebeu o Estado com um quadro financeiro exemplar.

O deputado Wanderlei Barbosa (SD) lembrou das deficiências da rede pública de Saúde como efeito perverso da crise. E o parlamentar Nilton Franco (PMDB) recordou que vários governos fizeram compromissos nas proximidades das eleições para deixar para seus sucessores o ônus de honrá-los. A deputada Valderez encerrou a reunião com um apelo para que os sindicatos contribuam com a superação da crise com mais participação. (Glauber Barros)