Ex-coordenador financeiro desqualifica acusações
Em depoimento prestado à CPI da Saúde, na tarde desta terça-feira, dia 7, na Assembléia Legislativa, o ex-coordenador financeiro da Secretaria de Saúde (SESAU), Carlos Alberto Zandoná, rebateu as acusações da Funasa feitas em relação às supostas irregularidades e ao não-cumprimento das metas em convênios firmados entre os órgãos em 1997.
De acordo com Zandoná, a descentralização dos serviços de campo - que antes eram executados pelos agentes de Funasa e passaram a ser realizados pelos municípios "causou ciúmes" na fundação que passou a desqualificar os trabalhos realizados pela secretaria. "A Funasa acusou a secretaria pelo não-cumprimento das metas físicas de combate às doenças, sem ter ido a campo verificar. Não foram aos municípios para saber se foi feita a borrifação. Não têm como constatar, de dentro de escritório, se foram realizadas ações ou não", ironizou.
Outra acusação desmentida pelo ex-coordenador foi a de que agentes da própria Funasa tiveram que realizar os trabalhos práticos por falta de contratações de responsabilidade da SESAU. Zandoná explicou que a Funasa apenas auxiliou os trabalhos, mas quem executava realmente as ações eram os agentes selecionados pelos municípios. "Eles eram escolhidos através de uma espécie de concurso e depois encaminhados à Unitins que realizava as contratações e as repassava à Sesau. Contratamos muita gente. Para cada um ou dois auxiliares da Funasa, existiam de 20 a 30 agentes trabalhando pela secretaria", afirmou.
Quando indagado pelo relator da CPI, deputado Eduardo Machado (PDT), sobre os laudos que comprovam o não-cumprimento das metas de combate às doenças, Zandoná comentou que a dificuldade na aquisição de materiais específicos para desenvolver as ações atrasava os processos de licitação e, conseqüentemente, a execução física dos convênios, mas que todos eles foram realizados.
Para reforçar sua tese de que os contratos foram cumpridos de forma eficiente, Carlos Alberto Zandoná citou uma carta recebida na época pela SESAU, na qual o Conselho Mundial de Saúde, após conferência realizada no Tocantins, parabenizava a secretaria pela erradicação das endemias, após o período de execução dos convênios. Os membros da CPI devem investigar, em breve, a veracidade do documento.
Para o deputado Eduardo Machado, antes que seja concluído o relatório final da CPI, é essencial a presença do ex-secretário Eduardo Medrado na comissão. "Temos que ouvi-lo. Ele era o gestor na época e é quem deve esclarecer tudo", afirmou o relator. O presidente da CPI, deputado Eli Borges (PMDB), informou que o ex-secretário já havia sido convocado, porém não compareceu, mas que receberia, em breve, uma nova intimação para prestar seu depoimento.