CPI faz recomendações ao governo estadual
Após análise dos dados fornecidos pelas polícias do Estado, o relatório final da CPI do Narcotráfico sugere a criação de um sistema de informações adequado para a ação policial, devidamente atualizado. Todos os dados oriundos das polícias Civil, Militar e Federal devem ser centralizados e o tipo de droga apreendida constada, com a quantidade exata, o local da apreensão e, sempre que possível, a origem e o destino, dentre outras informações.
Na pesquisa feita nos arquivos do Jornal do Tocantins, das 198 matérias jornalísticas, consultadas entre os anos de 1998 e 2006, que versam acerca de apreensões de drogas, aproximadamente 26 noticiam apreensões de entorpecentes em ônibus, vindos principalmente de Goiânia-GO. Devido à grande incidência e à necessidade de banir esta prática, recomenda-se a utilização de cães farejadores nos terminais de passageiros.
O sistema de blitz volante também deve ser criado, acompanhado de cães farejadores para a verificação de caminhões com cargas de grãos, madeira e frios, muito utilizados para transporte de drogas para outros Estados. Essas informações foram obtidas no depoimento da testemunha Sálvio Barbosa Vilar e através do registro das apreensões feitas em Goiás e no Mato Grosso, na última semana do mês de agosto de 2006, quando foram apreendidas duas cargas de cocaína, vindas da Bolívia, dentro de carregamento de madeira.
O relatório recomenda, ainda, um serviço de inteligência atuante nas divisas do Tocantins com a Bahia e Pará, na região de Araguatins, e com o Maranhão, entre Esperantina e Porto Franco, em decorrência da grande quantidade de assaltos a banco e tráfico de armas. A região do Bico do Papagaio está servindo à região sul do Pará e Maranhão como entreposto para receber produtos do crime, como armas e drogas, utilizados no crime organizado, fixado, principalmente, em Imperatriz (MA).
Devido à grande circulação de maconha na região de Tocantinópolis, é necessário também um serviço de inteligência para monitorar as travessias em toda a extensão do Rio Tocantins.
Outra recomendação é que a Polícia Militar visite os aeroportos por ocasião do pouso de aeronaves, num trabalho a ser feito em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Federal e o Sistema de Vigilância da Amazônia, a fim de monitorar, semanalmente, a incidência de vôos não controlados e analisar a coincidência de rotas muito utilizadas sem e com controle aéreo.
A identificação de todos os campos de pouso não catalogados junto ao antigo Departamento de Aviação Civil também é necessária. Eles são utilizados para fins domésticos, serviços de pulverização de lavouras e para uso clandestino ou criminoso.