Relatório final da CPI é apresentado ao presidente da AL

Por Diretoria de Comunicação da Assembléia / TO
22/08/2007 12h24 - Publicado há 16 anos
CPI do Narcotráfico
CPI do Narcotráfico
Diretoria de Comunicação / HD
O relatório final da CPI do Narcotráfico foi apresentado oficialmente na tarde de hoje, dia 19, ao presidente da Assembléia Legislativa do Tocantins, deputado César Halum (PFL). O relator da comissão, deputado Sargento Aragão (PPS), e o presidente, José Santana (PT) entregaram, cinqüenta e dois volumes de documentos, dezesseis fitas de vídeo, cds de áudio e disquetes com extratos telefônicos. Na ocasião, o relator afirmou que, com a conclusão dos trabalhos, ficou investigada e comprovada a negligência do ex-superintendente da Polícia Federal do Tocantins, Ruben Patury. Segundo Aragão, Patury teria interrompido uma série de investigações em 2004, conforme depoimentos dos policiais federais e do procurador-geral da República, Mário Lúcio de Avelar. A Assembléia vai fazer o encaminhamento da documentação ao Ministério da Justiça, já que há nomes de políticos do Estado envolvidos com tráfico que precisam ser investigados pelo órgão, conforme os membros da CPI. Um dos políticos citados pelos policiais federais é o senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB), que teve acesso ao dossiê encaminhado pelo Ministério Público Federal à Polícia Federal, em 2004, do qual ele era um dos investigados. Os policiais afirmaram que o senador promovia festas para o consumo de drogas, nas quais estavam presentes garotas de programa. Os policiais contaram, ainda, que tentaram fazer vários flagrantes nessas festas, mas recebiam ordens para não proceder às investigações. Outro político citado no dossiê de Mário Lúcio de Avelar e também por policiais depoentes é o ex-deputado estadual, Igue do Vale. Igue chegou a sofrer um acidente num avião pertencente ao megatraficante Leonardo Mendonça. O relatório traz também um estudo sobre a concessão de habeas-corpus, por desembargadores do Estado, a algumas pessoas presas com grande quantidade de entorpecentes. Para Santana, isso mostra fortes indícios de venda de habeas corpus. "Propusemos a criação de uma CPI do Judiciário. Pelo menos dois desembargadores precisam ser profundamente investigados – Willamara Leila e Antônio Félix", aponta o presidente da CPI. José Santana diz que está claro que o Tocantins é passagem da rota internacional do tráfico, além de território de comercialização e consumo de drogas. "Parceirinho atuava tanto no transporte internacional quanto na comercialização", comenta. Santana sugere aos órgãos investigadores que apurem a respeito de Luismar Ferreira, de Colméia, e Tales Ciríaco, de Gurupi, sobre a provável atuação com Parceirinho no tráfico. As escutas telefônicas feitas com o grupo de Parceirinho pela PF, encaminhadas à CPI pela Justiça Federal de Goiás, mostram claramente, segundo Santana, a negligência da polícia e do Poder Judiciário do Tocantins, além da conivência de políticos altamente influentes. Santana acrescenta ainda que, na região do Bico do Papagaio, pôde ser associada a prática do crime organizado com o tráfico de entorpecentes, havendo o envolvimento de dois delegados de polícia. Recomendações A CPI sugere, ainda, aos órgãos competentes a criação de um sistema de informações que centralize todos os dados pertinentes ao crime de tráfico de drogas no Estado; a utilização de cães farejadores nos terminais rodoviários no Estado, para uso no combate ao crime de tráfico de entorpecentes; a criação de um banco de dados com informações acerca da incidência de prisões e de apreensões de drogas em ônibus; a realização de concursos públicos para seleção e contratação de mais agentes policiais civis e militares para o trabalho de execução operacional e a criação de leis próprias para as CPIs estaduais.