Parceirinho é contraditório e continua assumir culpa sozinho

Por Diretoria de Comunicação da Assembléia / TO
22/08/2007 12h24 - Publicado há 17 anos
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CPI do Narcotráfico _ parceiri
Diretoria de Comunicação / HD
Num depoimento desenvolto, Misilvan Chavier dos Santos, o Parceirinho, manteve o discurso dos depoimentos anteriores dados à Polícia Federal (PF) e em juízo, bem como o de sua biografia, publicada recentemente em livro, assumindo a culpa sozinho. No entanto, sua postura foi bastante contraditória, na avaliação dos deputados José Santana (PT), presidente da Comissão do Narcotráfico, e Sargento Aragão (PPS), relator. O depoimento ocorreu na Casa de Prisão Provisória de Aparecida de Goiânia (GO), onde Parceirinho está preso, na última sexta-feira, dia 1°. Parceirinho não explicou a origem nem como foram gastos R$1,371 milhões que foram movimentados em suas contas, conforme informações fornecidas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). Ele se ateve apenas a alguns valores gastos com sua campanha eleitoral em 2002 e com a compra de aviões. Ele negou, por exemplo, ser usuário de drogas, embora, nas escutas telefônicas fornecidas pela Justiça Federal de Goiás, existam gravações que denunciam seu consumo de cocaína em uma boate que freqüentava com amigos, dos quais ele não quis revelar os nomes. Outra contradição diz respeito ao Sargento Germano da Polícia Militar, condenado após a Operação Paisano da PF de Goiás, que investigou os traficantes que atuavam com Misilvan. Segundo Parceirinho, Germano é inocente, apesar das provas obtidas com as escutas telefônicas, nas quais o sargento participa da organização das operações de tráfico e cuidava dos interesses financeiros de Parceirinho. Sargento Germando também ajudou Parceirinho a fugir para São Paulo, quando ele foi abordado por caças da Força Aérea Brasileira em Tupiratins (em 25 de novembro de 2005, quando foram apreendidos 57Kg de cocaína pela PF do Tocantins). Misilvan afirmou que os donos da droga que ele traficava eram membros de organizações internacionais e que os intermediários das negociações no Brasil foram as pessoas fotografadas com ele em São Paulo, durante a Operação Paisano. "Essas pessoas não foram presas, porque fugiram do Brasil quando a Operação foi deflagrada", explicou Santana. Ao ser questionado a respeito do como teria financiado sua defesa durante o processo judicial, Misilvan afirmou que ela foi feita "com a ajuda de um amigo", o advogado tocantinense Coriolano Marinho, tendo sido acompanhado em Goiás pelo advogado Marx Leão, representando Coriolano. Quando o assunto passou para política, partidos ou a atuação de outros políticos, Parceirinho não ficou à vontade e reiterou que tudo o que fez foi exclusivamente culpa sua e que ele usava outras pessoas para seus próprios interesses. "Quero reestruturar minha vida, não me sinto contaminado pelo tráfico e peço desculpas ao povo tocantinense", disse, ao encerrar seu depoimento.