Polícia Federal garante cessão de delegado à CPI
O presidente da CPI do Narcotráfico, deputado José Santana (PT), recebeu a garantia da Polícia Federal (PF) de que será cedido um delegado para auxiliar no andamento dos trabalhos da CPI. A promessa foi obtida na sede da PF em Brasília, onde o parlamentar esteve na última terça-feira, dia 30.
Santana também cobrou, na sede do Banco Central, os pedidos de quebra de sigilo bancário aprovados via requerimento na última reunião da CPI, de Misilvan Chavier dos Santos, o Parcerinho, e da patrocinadora de seu livro, Ganhar também é saber perder, Elenita Leite de Sousa.
O Senado deve enviar até sexta-feira informações a respeito de um funcionário suspeito de envolvimento com o narcotráfico no Tocantins. Ele teria estado em São Félix do Xingú, onde Parceirinho operava. O funcionário foi demitido do Senado, por motivos ainda desconhecidos pelos membros da CPI, que também ainda desconhecem em que gabinete ele trabalhava.
Na próxima sexta-feira, dia 2, a Comissão deve realizar reunião administrativa, na qual deve ser discutida a aprovação de requerimentos para solicitar ao Tribunal de Justiça do Estado e a algumas comarcas as cópias dos habeas corpus concedidos por desembargadores a narcotraficantes, conforme denúncias recebidas.
Testemunhas
As testemunhas ainda estão em processo de convencimento, explica Santana, referindo-se ao temor que elas têm em relação à segurança. Uma delas aguarda a chegada do delegado para depor.
Parceirinho x Leonardo Mendonça
A análise dos documentos referentes ao megatraficante Leonardo Mendonça, que atuava com Fernandinho Beira-Mar, prossegue, junto à do material referente a Parcerinho.
José Santana comentou sobre das escutas telefônicas de Parceirinho: A operação de substituição dos quadros é dinâmica. Os pilotos são a parte mais frágil de todo o esquema, sujeitos a mais riscos. Eles eram substituídos rapidamente, pelo que se pôde perceber nas escutas. O Parceirinho era só mais um operador. Ele caiu e caiu todo o grupo junto, analisa.
Os membros estão mapeando os aeroportos clandestinos do Estado.
Denúncias via web
Os deputados receberam 10 denúncias consideradas procedentes pela homepage da CPI do Narcotráfico (http://www.al.to.gov.br/cpi), sendo três de teor político e sete com conteúdo bem fundamentado. Santana aguarda a chegada do delegado para investigar todas as denúncias recebidas.
Debate
Na última sexta-feira, dia 26, o presidente José Santana participou de um debate político com o senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB), no auditório do CEULP/ ULBRA. Um dos blocos do debate foi sobre o tema CPIs.
Para Satana a CPI é o instrumento de investigação da minoria, e vê com muita naturalidade sua realização em um ano eleitoral, pois tal fato não tiraria a obrigação do Congresso e das assembléias legislativas de investigarem.
CPI não é palco para fazer aparecerem as pessoas. As testemunhas não podem ser desrespeitadas. A CPI não julga, não acusa; ela investiga e apresenta relatório, defende.
Debater, votar, levar benefícios são ações mais fáceis de serem feitas pelo Legislativo. Investigar é mais difícil, avalia.
O presidente ainda garante que fará de tudo para impedir o uso político da CPI.