Deputados discutem saída de Palocci
A queda do ministro da Fazenda, Antônio Palocci (PT), foi tema das discussões parlamentares da sessão ordinária desta terça-feira, dia 28. O primeiro a se pronunciar foi o deputado Fabion Gomes (PL). Ele afirmou que os pilares do governo desabaram com as simples declarações de um caseiro. O PT que tem como primazia a ética tentou de todas as formas deixar o ministro ileso, mas a quebra ilegal de sigilo bancário do vigia derrubou o homem forte, comentou, referindo-se ao ex-ministro.
O deputado petista José Santana rebateu as críticas de Fabion. Ele alegou que, neste caso específico, a quebra de sigilo bancário é condenada, sob o ponto de vista moral, porém, não seria ilegal, já que, segundo ele, existia uma suspeita de que o rapaz tivesse sido comprado pela oposição para depor contra o ministro Palocci. Para Santana, se a imprensa não tivesse divulgado a quebra do sigilo, expondo a vida pessoal do caseiro, o ministro não teria sido tão prejudicado.
Entretanto, apesar da defesa ao petista, Santana avalia a saída do ministro da Fazenda como ruim para a economia brasileira e boa para o equilíbrio da política nacional. Diante da situação, era impossível mantê-lo no cargo, a quebra de sigilo é fato, alega o deputado, apesar de acreditar que Palocci não seria ingênuo de dar ordens para quebrar qualquer sigilo, sabendo que isto traria implicações para ele próprio.
No ponto de vista do deputado Eli Borges (PMDB), a frustração sobre a impunidade reinante nos poderes constituídos exige a rediscussão política do País. É uma vergonha nacional, o Brasil assiste a uma história de denúncias que começou com os anões do orçamento e vai ate as várias CPIs de hoje. Talvez seja preciso redescobrir o Brasil, enfatizou o peemedebista.