CPI inicia rastreamento da rota da droga

Por Diretoria de Comunicação da Assembléia/TO
22/08/2007 12h24 - Publicado há 16 anos
Reunião pública da CPI
Reunião pública da CPI
Diretoria de Comunicação / HD
O rastreamento dos processos relacionados a Misilvan Chavier dos Santos, o Parceirinho, e ao tráfico de entorpecentes no Estado já foi iniciado pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Narcotráfico, na manhã desta terça-feira, dia 21, com a realização de sua primeira reunião deliberativa pública. Estiveram presentes quatro de seus membros, presididos pelo deputado José Santana (PT). Foram aprovados nove requerimentos que solicitam documentos e informações aos órgãos públicos visitados nos últimos dias. Grande parte dos processos virá de Goiás, onde Parceirinho está preso, como o que foi solicitado ao Ministério Público Federal, de número 2002.11.477-2, que tramita na Justiça Federal em Goiânia e trata da acusação de Parceirinho de envolvimento com o tráfico de entorpecentes. Também foi requisitada a cópia do inquérito policial 876/2005, aberto pela Polícia Federal, sobre a responsabilidade de Parceirinho com o tráfico. Ao juiz criminal da Comarca de Guaraí foi pedida a cópia do processo que julga os envolvidos no transporte de oito toneladas de cocaína que teriam sido apreendidas na cidade. José Santana informou ainda que as reuniões ordinárias da CPI do Narcotráfico acontecerão sempre às quartas-feiras, às 14 horas. Tupiratins O que acontece no município está na mira dos parlamentares que pediram ao Ministério Público Estadual cópias dos processos que acusam autoridades judiciárias pelo fornecimento de liminares que têm beneficiado acusados de envolvimento no tráfico de entorpecentes. Eles também querem saber o destino e a origem dos processos sobre a apreensão de 57kg de cocaína na cidade. Repercussão nacional O delegado paulista Luiz Ozilak Nunes da Silva é suspeito de receber dinheiro para transportar droga da Colômbia para o Brasil, segundo reportagem veiculada pelo Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão. Conforme uma testemunha depoente na matéria, o delegado seria acusado de enriquecimento ilícito por possuir um hotel no valor de R$12 milhões em São Paulo, e de comandar o esquema de transporte da droga de avião da Colômbia até a fronteira com o Brasil e de uma fazenda no Tocantins para países da Europa. A suspeita inquietou os deputados, que irão investigar minuciosamente sobre o caso junto à Secretaria de Segurança Pública. O órgão deverá subsidiar os trabalhos da comissão, ao fornecer uma vasta gama de dados do Departamento de Combate a Entorpecentes. O contato com a afiliada da Rede Globo no Estado, Organização Jaime Câmara, estimulou os parlamentares a requererem cópias de matérias ligadas ao tema, como a do Jornal Nacional, citada acima, e o documentário veiculado pelo Fantástico no último domingo, dia 19: “Falcão – meninos do tráfico”, que abordou o crime organizado nos grandes centros urbanos. Essas reportagens são elementos que podem mudar o rumo das investigações, ao expandir ou sugerir novas rotas na busca por elucidações. “O Jornal” – esclarecimentos O presidente José Santana irá encaminhar uma correspondência, aprovada durante a reunião, que visa a corrigir informações publicadas no editorial do semanário tocantinense. “A CPI tem o objetivo de investigar as ramificações de Parceirinho e de outros possíveis agentes com o tráfico de entorpecentes, desde que haja sustentação nas investigações”, salienta o petista, contrapondo-se ao editor, que escreveu que a CPI tinha a pretensão de “tentar provar ligações do senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB) com o sistema de narcotráfico”. Quebra de sigilo O relator da CPI, deputado Sargento Aragão (PPS), vai solicitar a aprovação de quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal de Misilvan Chavier, o Parceirinho.